Cheguei
aqui de alguma forma
Que agora,
já não mais importa
A cama é
vazia,
O tempo esfria,
Neste
cômodo sem porta
Claustrofóbico.
Me sufoca
Incrível
como é cheio o vazio
Onde nada
entra e permanece
Ao menos,
não como entrou.
Onde se há
tanta contradição
Onde um
coração chora
Onde o nada
é recheado de mágoas
De sorrisos
e felicidades simuladas
Breves
amadas
Luxoriosos
ímpetos e impulsos
Penso por
segundos
No que não
foi agora
Que é um
passado do qual não me arrependo
Por não
saber que num futuro
Havia um
muro chamado
Amor
Que nada
mais é do que dor
Quando ecoa
nos ouvidos de um poeta
Desfalecido,
desmerecido
Demasiado
Só
De longa
data, ultrapassado
Por seus
amores, ilusões,
Relâmpagos
Houve um
dia em que parecia feliz,
Mas acordei
Houve dias
em que chorei e que amei
Numa manhã
ou noutra.
Novamente
acordei
Mas um dia
a torpez
De um sonho
desamor
Foi que me
fez
Perder-me
na dor-mencia
Na eterna
dúvida do não saber
Tanto
quanto não sei de você
Do amor, ou
de qualquer outra droga
Por isso
anestesio-me
E em breves
contrações musculares
Me entrego
ao oblívio
E me isento
de decisões
Se um dia
decidir-me de algo,
Enterre meu
corpo com carinho
Mantenha-o
num cantinho
de um
coração qualquer
Que consiga
me manter
Como nunca
pude
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