Cada um com sua vida e preocupações, isolados em pensamentos, dentro e fora daquele ônibus em que estava eu, cada um com seus passos. Segundos, Terceiros, e por aí se vão as realidades das cabeças dos indivíduos, tão pobres e individuais cabeças.Lá fora outras realidades, cada um com a sua, tirando a mente de seu sono.
Sem procurar muito encontrei o que me era necessário. Enquanto o movimento era incessante e o barulho infernal (Imaginava eu dentro do ônibus), como se perseguido, caminhava em ritmo acelerado, porém sem correr, homem tão amedrontado, com sua bolsa presa em seus braços, como se fosse a prole mais recente de uma mãe protetora, olhava para os lados, devia procurar movimentos estranhos, algo ameaçador, talvez para correr antes que fosse demasiado tarde. Ainda na loucura, não muito distante do primeiro moço que vos narrei, vinha lenta e indefesa, velhinha fraca, de feições sofridas, cuja única defesa talvez fosse aquela bengala que usava para se sustentar, mas no momento de desespero só poderia se ater a um terço que talvez carregasse em sua bolsinha... E rezar, rezar para esse Deus, seja quem for.
É difícil saber o que pode ter acontecido a qualquer um, só se pode imaginar, imaginar tantas coisas. Talvez até apareça o rosto daquele homem em uma manchete de jornal, um retrato falado de um criminoso fugitivo e perigoso, ou quem sabe não apareça a velha morta, jogada ao chão, seu rosto sofrido, agora frio, a bengala que a sustentava, caída ao chão. Pode ser, mas de qualquer forma não saberei, aos meus olhos foram outros em um mar de pessoas, cujos rostos nem sonho em ver novamente.
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