domingo, 15 de novembro de 2009

Memórias Póstumas de Kenichi - Capítulo 1

Talvez pelo título da história muitos tenham acusado este livro de plágio, ou talvez encarado a capa e desanimado, por pensar em uma obra do romantismo. Não vou desmentir que o título foi inspirado, mas fazer o que se o que vou fazer aqui é exatamente contar memórias póstumas. Estou morto, não como qualquer um, mas... Estou morto, pelo menos é o que dizem certas ficções de TV e de livro, apesar de me mexer, meu coração não bate, minha pele não esquenta e talvez nem tenha sentimentos, mas não faz muito temo que me tornei vampiro.
Não lembro- me bem de muitos nomes, Nem de muitos sentimentos, talvez isso seja uma proteção para jovens vampiros. Também não me lembro do por que me transformar em vampiro, apenas acordei numa noite, e lá estava eu, Meu corpo que vinha sofrendo mudanças lentas, se via, pálido, mais definido, frio, sem calor próprio, mas também estático sem o menor resquício de vida.
Foi um dia, na verdade uma noite estranha, mas ainda não é hora dela.
Espero lembrar- me da vida até que este pedaço da minha esteja no papel
Acordei
Eram 6 da manhã e o Sol relutava a aparecer. Meu quarto tinha duas janela e duas portas, por uma janela podia ver o crepúsculo e pela outra o amanhecer. Meu quarto tinha uma porta que dava acesso às escadas e outra à varanda. A varanda, dessa tenho muitas lembranças. Não fui um jovem popular, não era descolado, muito menos, bonito, mas não tinha necessidade, bonito era o que podia ver da varanda, todos os dias ás 6:30 comparecia sem falta para ver a filha da vizinha, da janela era possível vê- la se trocando, ela tinha seios que pareciam tão durinhos e macios, eu a desejava, não por amá- la, mas pelo seu corpo perfeito que queria ter ao meu lado. Pela janela dela eu conseguia ver um quarto comportado e pensava na revolta dela quando descobrisse que nessas férias eu passava as manhãs vendo ela se trocar. Ah! Esqueci de escrever que esse era o dia de volta ás aulas e a vizinha havia se mudado há pouco, ainda nessas férias, mas veio a estudar no meu colégio, por indicação de minha mãe.
Mas naquela manhã as coisas não iam dar tão certo, talvez por tanto imaginar uma coisa acontecendo, aconteceu de acontecer tal acontecimento naquela manhã, o acontecido foi que, da janela de seu quarto ela me a bisbilhotá- la. Abriu a boca prestes a irromper um grito, mas não o fez, acho que não quis que ninguém soubesse que a vi e isso seria confirmado mais tarde quando estivéssemos indo juntos para o colégio e ela me ameaçasse, mas até aí eu nem lembrava que iríamos juntos ao colégio, pois quando fui alertado disso estava no computador, para ser mais exatos nas 6 ou 7 vezes que minha mãe me falou isso. Apesar de não gritar fechou- me a cara assim como a cortina, que há um tempo pensei que não tivesse.
Estava no banho quando comecei a notar que todas as minhas articulações doíam, não doía demasiado, mas eram dores incômodas. Quando terminei de tomar meu banho, vesti- me. Saia jeans... oops, história errada... Calça jeans, tênis e camiseta, meu colégio não era um dos mais exigentes no quesito uniforme e isso realmente me agradava. Descendo as escadas me lembrei então que levaria a garota para o colégio que não ficava muito longe, mas longe o suficiente para uma ocasião constrangedora vir à tona. Não sei se tive medo, há muito não sinto para vos dizer algo sobre isso.
Corto da história o café da manhã, que de refeição mais importante do dia não tem nada. Esperava ela à porta de sua casa, agora me lembro, seu nome era Brenda, saia de sua casa tão lindamente, seus cabelos balançava mesmo sem vento, sua roupa passava um ar de menina imaculada, mas seu corpo pelo contrário gritava, ou melhor sussurrava aos ouvidos alheios que queria ser possuída, não por suas expressões, mas sim pelas suas feições. Ao chegar perto de mim continuou caminhando, na direção que pegaríamos para escola e eu me apressei para ficar ao seu lado.
Estávamos há cinco minutos da escola, metade do caminho, ela resolveu começar um conversação:
− Gostou?
− Do que? – Realmente não me toquei na hora do que ela tentava dizer
−Gostou? – Não achou necessário explicar, pois creio que viu minha expressão de espanto, quando percebi do que ela realmente falava
Respondi com um não incisivo e direto. Acho que foi para convencer a mim mesmo desta grande mentira que acabara de contar
Ela continuou andando lado a lado comigo, não pareceu se chatear nem nada, ficou indiferente, como seu eu não fosse nada para ela, mas vou dizer pra vocês, que não era bem assim, aprendam desde já que aquela era uma menina muito dissimulada. Da aula só me lembro dos meus olhares direcionados às pernas das meninas, mas sempre discreto o bastante para que ninguém perceba, porém amigos não me vêm à cabeça, não sei se não os tive ou se foi apenas mais uma coisa que meu cérebro vampiresco excluiu das memórias. Pensando bem acho que só me ficaram memórias de raiva e luxúria, com certeza não reclamo das de luxúria e verão o motivo depois, acho que a intenção é de animalizar- nos.
No retorno para casa já eram umas 4 horas, voltávamos nós dois, lado a lado, mas dessa vez ninguém rompeu o silêncio no caminho, quando já estávamos em casa cada um foi para a sua casa, ao chegar em casa não lembro muito do que aconteceu, mas nada de relevante, além daquela dor generalizada que atormentava cada osso de meu corpo, mesmo que fraco, porém as memórias me ficam mais claras com o passar desse história, creio que com mais umas páginas poderei então lembrar de detalhes que talvez não vos conte por serem detalhes que não são relevantes a história apesar de talvez terem feito minha vida como é, pois cada escolha é um caminho e cada atalho é outro diferente.
Na manhã seguinte, percebi de cara que seria uma manhã como a do dia anterior, e que a mesmice era aminha sina. Andamos os cinco minutos e ela puxou assunto, o que só me fez confirmar a teoria.
− Gostou?
− Eu já disse que não, por favor me perdoa, não faço mais aquilo – Aí sentia medo, sim, sim! Medo que ela me delatasse.
− Deixa de ser palerma moleque! Meia- noite, na frente da minha casa, senão estiver lá, eu te denuncio!
− Mas eu tenho que dormir para ir à escola e você também... − Não tenho a mínima idéia do motivo para que falasse isso, deveria ter aceitado de primeira, mas os mais espertos podem imaginar que argumento ela usou para me convencer a seguir.
−Talvez você queira que sua mãe saiba que você me olhava quando me trocava
Calei-me e passamos o resto do caminho calados, mas ela sabia que com o seu último “argumento” ela conseguiria o que queria. Então me restou imaginar como seria a noite, o que faríamos, não me atrevo a escrever aqui, por dois motivos, primeiro por faltarem palavras e segundo, pois temo que certas mães proíbam a leitura do mesmo,mas digo que nenhuma das coisas que imaginei, não estava relacionada com sexo. E vos afirmo, há dois dias nunca imaginei que essa garota seria uma ninfeta pervertida.
Após pensar nisso, lembro- me apenas das 11 horas, não sei como fiz para que minha mãe não viesse a perceber minha falta em casa e nada mais, lembro apenas de quando desci as escadas com um silêncio que só eu conseguia fazer, talvez fosse esse um traço precoce do meu lado vampiresco, além disso, já vos adianto que aquela noite contribuiu muito no que sou hoje, não que tenha sido mordido, ou não me tornaria sem aquela noite, nada a ver, mas aquela noite fez de mim um vampiro mais forte do que eu poderia me tornar sem ela.
Minha mãe dormia no andar de cima, fui até o quintal e sem perceber o que fazia estava pulando o muro, meus instintos me controlaram mais que a cabeça, menos mal, pois planejava usar uma cadeira e minha mãe poderia acabar vendo-a, o que não seria agradável, já que vejo muitas teorias que ela poderia formular e todas me dizem que ela iria ao meu quarto me ver. Encontrei- a ainda saindo da casa, em direção ao portão, corri, no mesmo silêncio com o qual andava, pensei tão rápido que só fiz. Tampei sua boca ao me aproximar e dizer que era eu, ela me deu um pisão no pé e um soco no saco, mas creio que entendeu que era eu, pois não gritou por socorro e apenas disse: “Eu te disse para me encontrar na frente da minha casa! Me segue!
E comecei a seguí- la e saíamos pelo portão da frente da casa enquanto meus instintos e luxúria iam se apurando. Mas agora vou descansar um pouco pra continuar a escrever depois.


Galera esse é o primeiro capítulo, vou postando os outros com o tempo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Algum título

O tempo passou
E eu perdi
Um minuto mudou tudo
Fez toda a diferença
De 11: 11 a 11: 12
Já são 11: 14
Um momento é diferente do outro
O especial se torna triste em menos de sessenta segundos
em menos que isso conseguiria destruir minha vida
mas nos cinco minutos que passaram construí essa poesia
que termina às 11: 16

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O que fica e o que vai


Esta cidade que me deixas
Há muito se tornou pequena
Um dia me seguraste aqui
Mas digo que hoje não me vale à pena

Uso deste poema de resposta
Que bom que enfim estás livre
Daquela vida já póstuma

Bom ver- te a sorrir de novo
Não comigo, mas ao meu lado
Espero que com ele, sejas feliz
Como não consegui deixar- te

E na cidade que fica
Ficam os restos
Restos de dores
Dores que não devem ser lembradas
Mas não podem ser esquecidas.

Criaturas

Decidi hoje sair para jantar e ter alguma diversão, não tenho carro e muito menos uma carteira de motorista falsificada. Não sou muito de sair, até tenho uma “namorada”, mas ela só me dá comida, não gosto de me envolver muito com ela, não faz meu estilo. Andava pelas ruas quando encontrei o lugar perfeito, fui olhando os olhos das pessoas, seus olhos avermelhavam e todas saiam, parecia que estavam numa espécie de hipnose, apenas uma pessoa ficou.
Escondi-me atrás de um muro na esquina, só assim não seria visto por aquela criatura de mim tão diferente. Olhava para os lados, movimentos frenéticos, como se soubesse que eu estava ali. Ele procurava a mim com todos os sentidos dos quais dispunha, tão parecido comigo, mas tão mais primitivo. No meio da rua, esperava por meus movimentos, um simples deslize, para que pudesse me matar.
Aquele ser, ensandecido. Um turbilhão de coisas deviam se passar pela sua cabeça, que com a minha se parecia tanto, mas tão pouco. Não baixava sua guarda, realmente devia saber lutar.  Mas a tensão ficava, pelo ar e condições de cada lutador, pelo menos para mim, aquela luta estava clara... Seria rápida e de morte.
Não durou mais cinco segundos aquele silêncio, com apenas um golpe, uma só abertura de boca, sua vida já se esvaía, junto com seu sangue, tão delicioso em minha boca. Estava começando a perder a consciência aquele pobre. Seus últimos suspiros vinha na medida que seu sangue ia, e como ia bem, como era gostoso. Chego perto de sentir pena dele, seus últimos segundos foram de tanto terror que creio eu, no momento que toquei meus lábios em seu pescoço... só queria morrer rápido.


Conto que usei para o "Halloween Competition"
E por pressões externas, este post é dedicado à: Aluana, Luz e Nathy.
:D

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Viva Brasil

Brasil
Ser vivo inorgânico
Mas de vida forte
Economia pulsante
Coração vacilante
Pois até para bombear
Necessita-se algo mais

Brasília,
Coração e cérebro do Brasil
Controla pulsos, impulsos
Mas se perde em seu poder
Esquece-se do que prometeu

Brasil,
E se de sete em sete anos
Todo oi corpo humano muda

Brasil,
Terás que esperar oito

domingo, 8 de novembro de 2009

Passar

Teu passado te condena
Mas passado já passou
Agora quero passar minha vida contigo
Que passe as noites com outros
Mas pequenas paixões passam
Mas o amor não passará
Quando passo na rua
Passam a me olhar
Mas que passem
E que pensem
Meu amor não vai passar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Primeira mulher

Das mulheres
Primeira é a mãe
Te dá o primeiro sustento em seu colo
O segundo não diferente
Mas não diferente de um alimento
Tem seu prazo
E sua vida
Seja morte ou caquetisse
Inconveniência ou chatice
Ou até algo que disse
No conotado ou denotado
Não se preocupe muito
A quem vive há muito não resta muito

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Seu papel

Estranho é ver
Tudo cair
E diante de teus olhos
Só restar um resto
O resto do que foi um sonho

Talvez três ou cinco anos para as coisas mudarem
Mas dois dos nossos três passaram
Cada um constrói sua história
Por que uns tem que destruir a dos outros?

Alguns aprenderam
Outros pararam
Uns desaprenderam
Os como eu, se desgataram

Talvez não sejamos, todos, os melhores
Nunca seremos nós todos
Porém cumpramos cada um o seu papel
Sejamos diferentes

Acessos