segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Eu vendo meu voto

A quem chegar
A quem pedir
A quem pagar
Eu vendo meu voto

Pois a política é suja
E os políticos corruptos
Pois não há salvação
Eu vendo meu voto

Se é pra perder
Se é pra definhar
Se é pra deixar como está
Eu vendo o meu voto

Se devo votar
Se ninguém vai me representar
Se ninguém lutará pelo que preciso
Não sou eu que o farei
Então, eu vendo o meu voto


E nesse Brasil que nunca muda
Nessa política de velhas práticas
Velhos lobos, velhas caras
Esqueço-me de tudo
Aparto-me de tudo
E vendo o meu voto

Pois esqueço de princípios
Esqueço-me da integridade
Da honestidade a mim ensinada
Da probidade por mim exigida
E da minha desonestidade
Comigo, com meus parentes,
Com meu país
Por isso, eu vendo o meu voto

domingo, 3 de agosto de 2014

Alcatraz

O meu Juízo,
De ser Juíz, há muito desistiu
Pois já se cansou
De julgar meus atos
Desmandos, desparates
Canalhices e mediocridades

Já se mostrou contra
E contra-argumentou
Com meus sujos e corruptos
advogados, rins.
Que parecem ter estômago de aço
Mas não há fatos contra argumentos
Enquanto tão bem construídos
E tão bem alicerçados
Na vaidade, mas não vã, irrealidade
De minhas auto-mentiras
Pois assim me afasto
Desfaço, me disfarço
E no meu encalço
Fujo de mim,
Para esconder-me de mim mesmo


E me prendo em múltiplos grilhões
Num canto qualquer de minha mente
E admitidamente
Faço de mim a prova viva
Em alma e sentimentaloidismo
Em minha própria Alcatraz
De que um homem morto é uma ilha
Se não completo,
Um remendo qualquer

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