terça-feira, 25 de setembro de 2012

Num cômodo de canto



Cheguei aqui de alguma forma
Que agora, já não mais importa
A cama é vazia,
 O tempo esfria,
Neste cômodo sem porta
Claustrofóbico. Me sufoca

Incrível como é cheio o vazio
Onde nada entra e permanece
Ao menos, não como entrou.
Onde se há tanta contradição
Onde um coração chora
Onde o nada é recheado de mágoas
De sorrisos e felicidades simuladas
Breves amadas
Luxoriosos ímpetos e impulsos

Penso por segundos
No que não foi agora
Que é um passado do qual não me arrependo
Por não saber que num futuro
Havia um muro chamado
Amor
Que nada mais é do que dor
Quando ecoa nos ouvidos de um poeta
Desfalecido, desmerecido
Demasiado Só
De longa data, ultrapassado
Por seus amores, ilusões,
Relâmpagos

Houve um dia em que parecia feliz,
Mas acordei
Houve dias em que chorei e que amei
Numa manhã ou noutra.
Novamente acordei
Mas um dia a torpez
De um sonho desamor
Foi que me fez
Perder-me na dor-mencia

Na eterna dúvida do não saber
Tanto quanto não sei de você
Do amor, ou de qualquer outra droga
Por isso anestesio-me
E em breves contrações musculares
Me entrego ao oblívio
E me isento de decisões

Se um dia decidir-me de algo,
Enterre meu corpo com carinho
Mantenha-o num cantinho
de um coração qualquer
Que consiga me manter
Como nunca pude

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